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ABPA prevê alta de preços com decisão de governo sobre biodiesel

O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra disse que a decisão de manter em 10% a adição do biocombustível ao diesel deixou setor 'de joelhos'


A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) se disse preocupada com a decisão do governo federal de manter em 2022 a mistura de biodiesel no diesel em 10%, quando o esperado era de 13%.


A preocupação setorial se relaciona com a potencial redução da oferta de farelo de soja, um derivado do esmagamento da soja em grão direcionada para obtenção de óleo para biodiesel.


“Menor oferta do produto poderá significar alta de preços, gerando perda de competitividade e inflação ainda maior para o consumidor, em meio ao momento de maior alta de custos de insumos da história da avicultura e da suinocultura do Brasil”, disse a entidade em nota.


“Cabe ressaltar que o farelo de soja já acumula mais de 60% de elevação nos preços praticados ao longo deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado”, complementa.


Setor de joelhos


O setor de biodiesel está de joelhos após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) manter em 10% o porcentual da mistura do biodiesel no diesel ao longo de todo o ano que vem, disse o ex-ministro da Agricultura e atual presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Francisco Turra.


“Estamos muito entristecidos pela boa relação que temos com o ministro Bento [Albuquerque, de Minas Energia] e com a [ministra da Agricultura] Tereza Cristina”, afirmou Turra. O ex-ministro adiantou que está tentando uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro “para ele perceber que o agro está preocupado com isso”.


A decisão do CNPE foi informada nessa segunda-feira (29). Para o órgão, a decisão confere previsibilidade, transparência, segurança jurídica e regulatória ao setor. A indústria do biodiesel defendia que a mistura alcançasse os 15% até 2023.


Turra acredita que o governo vai “repensar” a medida em decorrência do estrago para o setor. “Tínhamos previsão de esmagar 30% a mais de produto a partir de março deste ano. Mas só aconteceu um leilão de 12%, depois baixou para 10% e agora se anunciou que vai ficar em 10% no ano que vem, quando a previsão era chegar a 14% em março.”


De acordo com Turra, a decisão compromete a segurança jurídica. Para ele, a alegação da área econômica do governo de que o biodiesel vinha aumentando o preço do diesel não procede.


Em nota, a Aprobio estima que a manutenção do B10 em 2022 causará redução de renda de US$ 2,5 bilhões no Brasil e que o país precisará gastar US$ 1,2 bilhão em importações de diesel.


Fonte: Canal Rural.

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