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Combustíveis em alta: Preço do etanol volta a subir nos postos brasileiros

Aumento no valor do biocombustível foi menor do que o da gasolina, reduzindo a relação entre os preços para 75,8%


Após oito semanas de redução, o etanol voltou a subir na média dos postos brasileiros; já a gasolina vive o segundo aumento consecutivo.


No período de 16 a 22 de janeiro, o biocombustível passou por um incremento de 0,14%, indo de R$ 5,046 por litro para R$ 5,053/L. A gasolina, por sua vez, saiu de R$ 6,608/L para R$ 6,664/L na média nacional no período, alta de 0,85%.


Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Com isso, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil foi de 75,8% no período, abaixo do resultado de uma semana antes, quando era de 76,4%. Isso ocorreu, pois o aumento da gasolina foi mais acentuado do que o do etanol.


Ainda assim, o biocombustível não é considerado comercialmente competitivo e segue distante do limite estabelecido de 70% do custo da gasolina, faixa em que é tido como vantajoso para os consumidores.


As comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 367 municípios, sete a mais do que no período anterior.


Além disso, apesar da elevação nos postos, o preço do hidratado caiu 1,42% nas usinas paulistas, de R$ 3,3516/L para R$ 3,3041/L. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Também houve uma redução de 0,36% nas produtoras goianas e de 1,4% nas mato-grossenses.


Alta da gasolina e do petróleo


Após o mais recente aumento do preço da gasolina nas refinarias, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu uma investigação para apurar se a Petrobras cometeu abuso da posição dominante no mercado de petróleo no país para elevar os valores dos combustíveis. Não há prazo para conclusão do processo.


Enquanto isso, o preço do barril do petróleo atingiu, no último dia 19, o valor mais alto em sete anos, com indicações de que irá aumentar ainda mais ao longo de 2022.


Economistas ouvidos pelo Broadcast Agro enxergam que os incrementos podem até pressionar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2022, mas é improvável que a alta de preços da gasolina vista em 2021 se repita sem uma desvalorização intensa do real.

PEC dos combustíveis


Ainda que o Congresso esteja em recesso, a ala política segue movimentada. Na última quarta-feira, 19, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu que apresentaria em fevereiro uma medida para redução dos preços dos combustíveis.


A sugestão é uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para autorizar a diminuição temporária de tributos sobre combustíveis e energia elétrica, na busca de reduzir preços para consumidores. Segundo o presidente, seu objetivo é zerar os impostos federais sobre os combustíveis.


Conforme apurado pela Folha de São Paulo, a escolha da PEC como instrumento é uma forma de desviar das restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige a elevação de outro tributo para compensar a perda de arrecadação.


Além disso, Bolsonaro ainda afirmou que pretende incluir no texto o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que é de responsabilidade dos estados. Assim, a PEC deve liberar todos os entes da federação para reduzir a carga tributária sobre combustíveis.


Ainda que a medida não deva encontrar nenhum tipo de impasse legal, segundo tributaristas consultados pelo jornal O Estado de São Paulo, ela visa pressionar os governadores a também reduzirem impostos.


Variações nos estados


Segundo a ANP, entre 16 e 22 de janeiro, o preço do etanol subiu na média de 12 estados, caiu em 12 e no Distrito Federal, ficou estável na Paraíba e não foi contabilizado no Amapá. A gasolina, por sua vez, aumentou em 24 unidades da federação.


Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve uma redução de 0,39%, custando R$ 4,850/L na média, o menor valor entre todos os estados. Já a gasolina foi vendida a R$ 6,384/L, aumento de 0,71%. Com isso, a relação entre os preços caiu, ficando em 76% ante os 76,8% do período anterior. A pesquisa foi feita em 106 cidades paulistas, uma a mais do que na semana anterior.


Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 5,112/L na média da semana analisada, com um incremento semanal de 2,65%. Enquanto isso, a gasolina apresentou aumento de 3,21%, para R$ 7,145/L. Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 71,5%, abaixo dos 71,9% de uma semana antes e a mais favorável ao etanol dentre todos os estados. Segundo a ANP, 14 cidades goianas foram consideradas no levantamento, uma a mais do que no período anterior.


Por sua vez, Minas Gerais registrou redução de 0,59% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,216/L. A gasolina passou por uma elevação de 0,56% e foi negociada a R$ 6,977/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 74,8% do preço do combustível fóssil, índice inferior ao visto na semana anterior, de 75,6%. No total, 45 municípios mineiros participaram da pesquisa, mesma quantia da semana anterior.


Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve um aumento de 4,78%, para R$ 4,890/L. Na semana, a gasolina subiu 0,69%, passando a custar R$ 6,571/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 74,4%, acima dos 71,5% de uma semana. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do que no último levantamento.


Já em Mato Grosso do Sul, o valor do etanol caiu 0,19%, ficando em R$ 5,218/L. A gasolina, por sua vez, teve um aumento de 1,11%, para R$ 6,561/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 79,5% do preço de seu concorrente fóssil, inferior aos 80,6% de uma semana antes. Somente Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas participaram do levantamento.


Por fim, no Paraná, o biocombustível custou o equivalente a 79,8% do preço da gasolina, a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país. No período, o renovável teve um crescimento de 0,31%, sendo vendido por R$ 5,128/L na média estadual. Já a gasolina subiu 1,4%, para R$ 6,424/L. No total, 23 cidades foram pesquisadas no estado, uma a mais do que que o total visto uma semana antes.


Comparação comprometida


Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.


Entre 16 e 21 de janeiro, 367 cidades foram pesquisadas, sete a mais do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.


Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.


Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.


Fonte: NovaCana


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