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Petróleo sobe com mercado apertado, mas há temores de desaceleração da China

Os preços do petróleo subiam na quinta-feira, com sinais de aperto no mercado spot dos EUA e um possível impacto sobre a demanda chinesa devido a uma desaceleração no país asiático em função do setor imobiliário.


Às 13h10, os futuros do petróleo WTI, negociados em Nova York, subiam 1,4% para US$ 73,25 por barril, enquanto os futuros do Brent, referência global de preço, apresentavam alta de 1,2%, a US$ 77,09.


Os preços se recuperavam em linha com a maioria dos ativos de risco, depois de o Federal Reserve afirmar na quarta-feira que não iniciaria imediatamente a redução de suas compras mensais de títulos – embora sua perspectiva para o próximo ano tenha se tornado mais agressiva, com um número maior de dirigentes assumindo a posição de que será necessário aumentar as taxas de juro já no ano que vem.


O sentimento também teve o apoio da falta de notícias sobre as turbulências da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande (OTC:EGRNY), e se a empresa efetuaria o pagamento de US$ 83 milhões em juros sobre uma dívida em dólares. As notícias publicadas pela mídia indicam que as autoridades instruíram a empresa a não deixar de cumprir sua obrigação, embora ainda não esteja claro como a Evergrande, classificada como à beira da inadimplência, conseguiria levantar os recursos para efetuar o pagamento. Nos últimos dias, as conversas no mercado se deslocaram das preocupações específicas da Evergrande para a forma como as autoridades poderiam controlar a desalavancagem do setor imobiliário em geral, visto que ele representa 25% do PIB chinês e, consequentemente, uma grande parcela da sua demanda por combustível.


O suporte mais eficaz do mercado continua sendo a atual constrição no mercado spot dos EUA, ilustrado por uma queda de mais 3,5 milhões de barris em estoques dos EUA na semana passada. Essa foi o sétimo recuo semanal consecutivo, deixando os estoques de petróleo comercial dos EUA no seu mais baixo desde setembro de 2018.


As paralisações no Golfo do México continuam a ser um fator primordial para essa situação. Os dados do Bureau of Safety and Environmental Enforcement mostraram que 294.000 barris diários – um sexto da produção total do Golfo – ainda estavam indisponíveis na quarta-feira, mais de duas semanas após o furacão Ida ter varrido a região.


A BP (NYSE:BP) (SA:B1PP34) confirmou mais cedo que todas as suas quatro plataformas de produção do Golfo retomaram as atividades, mas a empresa enfrenta grandes dificuldades no seu mercado interno no Reino Unido, onde a falta de motoristas de caminhões está obrigando-a a limitar as entregas de combustíveis aos postos de gasolina. A Exxon Mobil Corp (NYSE:XOM) (SA:EXXO34) também comunicou problemas semelhantes.


A verdadeira atividade, no entanto, continua sendo nos mercados de gás natural em todo o mundo, com compradores asiáticos e europeus tentando se posicionar para a temporada de calefação de inverno em meio a uma escassez de fornecimento, em função dos impactos do furacão no Golfo e ao jogo de gato e rato da Rússia com a Europa em relação ao gasoduto Nord Stream 2.


A Gazprom (MCX:GAZP) recusou, no início desta semana, outra oportunidade de reservar capacidade de exportação adicional por meio do sistema de gasodutos da Ucrânia, tradicionalmente o maior canal condutor de gás russo para a UE. Isso aumentou a pressão sobre o bloco para aprovar o início de envios através da controversa ligação Nord Stream, que muitos, tanto na Europa como em outros lugares, consideram que eleva a dependência europeia pelo gás russo a um nível perigosamente alto.


Os analistas do Citigroup disseram em um relatório aos clientes que as pressões de fornecimento poderiam levar a picos de mais de US$ 100 por mm BTU neste inverno, caso as condições climáticas de mostrem mais frias que previsto.



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