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São Martinho começa a produzir etanol de milho em Goiás ainda neste mês

A São Martinho iniciará a produção de etanol de milho na unidade de Quirinópolis (GO) até o final de fevereiro, o que deverá elevar em 220 milhões de litros a capacidade da usina, que antes trabalhava apenas com a cana-de-açúcar como matéria-prima, disse o CEO da empresa nesta quarta-feira. Segundo Fábio Venturelli, a unidade está finalizando os testes para o etanol de milho, rodando com água e vapor, e deverá ter capacidade total de produção de 650-670 milhões de litros de etanol por safra, sendo a maior parte a partir de cana. Ele destacou que a produção do biocombustível de milho vai melhorar a pegada de carbono da unidade, considerando a produção total de etanol. “Porque tem combinação energética, usa a energia do bagaço da cana para fazer a conversão, a moagem e a produção do etanol de milho, e o milho da safrinha é um segundo uso do solo, o que o mercado norte-americano não tem”, disse. O uso do solo é um item importante para a definição da pegada de carbono, assim como a geração de energia. Nos EUA, lembrou Venturelli, as cadeiras são movidas a óleo ou carvão, enquanto no Brasil as usinas usam biomassa (bagaço da cana). “É uma planta que, abraçando o biometano, a pegada de carbono dela vai ser uma das mais baixas do mundo”, ressaltou. Outra vantagem da fábrica de Goiás é a capacidade de armazenagem de milho, que gira em cerca de 50% do consumo da usina, o que reduz riscos de exposição à volatilidade de preços. “Ninguém tem isso… a capacidade de armazenagem é impressionante, o milho que vai ser processado nesta safra já está lá faz um tempo”, completou, sem dar detalhes. Ele não revelou a estratégia de compra de milho. Mas admitiu a hipótese de eventualmente também fazer vendas do cereal. “Eu posso vender o milho, anunciamos parceria internacional com a (trading) Wilmar, a ideia é que a São Martinho seja a base de originação de grãos da Wilmar, uma das maiores tradings asiáticas”, completou. Mas o executivo ponderou que espera que a venda de milho não seja necessária. “Pode acontecer, espero que não aconteça, se fizer isso, é que a gente conseguiu uma remuneração muito melhor vendendo o milho do que produzindo o etanol, não torço pra isso, mas se precisar posso fazer.” Venturelli disse que a companhia ainda tem um pouco de produção de soja em Goiás, nas áreas de reforma do canavial. “Temos feito experimentos e está virando outra fonte de receita a venda da soja.”

Autor/Veículo: IstoÉ

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