O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse nesta terça-feira em reunião na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que discute os preços dos combustÃveis, que acredita na redução do preço do etanol. "Acho que vamos conseguir baixar um pouquinho o preço", disse. A queda deve ser provocada pela nova lei que permite a venda direta de etanol. O Mato Grosso mostra resultados "bem positivos" dessa nova polÃtica, informou.
O ministro respondia a uma pergunta sobre a alta do preço do etanol, uma vez que a crise se refere a combustÃveis fósseis. Na avaliação dele, "alguns players de mercado" se aproveitam do fato de o etanol ser competitivo quando seu preço está inferior a 70% ao da gasolina.
Ele foi questionado também sobre a razão de o preço do diesel não haver caÃdo, nos últimos dias, a exemplo do que ocorreu com a gasolina e o etanol.
Segundo Sachsida, os tributos federais sobre o diesel já estavam zerados; por isso, o esforço do governo federal para reduzir preços estava feito. Além disso, o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel já estava próximo a 17%, que é o nÃvel máximo estabelecido pela recém-aprovada Lei Complementar 194.
Assim, os preços do diesel não sofreram impacto da última rodada de redução de impostos. O que o Congresso está fazendo, explicou, é criar um voucher para os caminhoneiros. "Acho uma solução extremamente inteligente, bem focada, dentro de arcabouço fiscal, com custo fiscal reduzido", afirmou.
Sachsida afirmou que, como ministro de Minas e Energia, não tem muito a fazer no que se refere aos preços dos combustÃveis. A estratégia do governo, diz, é melhorar marcos legais e dar transparência e previsibilidade ao mercado, para atrair empresas do setor e estimular a competição. Na sua avaliação, os resultados estão aparecendo.
A uma pergunta do senador Confúcio Moura (MDB-RO) sobre o efeito dos altos investimentos previstos para os setores de energia e mineração no desenvolvimento do paÃs, Sachsida respondeu que, no curto prazo, o governo e o Congresso agiram de forma correta ao fortalecer programas sociais e dar apoio aos mais vulneráveis diante da pandemia e da guerra.
No entanto, existe um custo de longo prazo da pandemia de covid-19, que é o prejuÃzo da educação. Ex-secretário de PolÃtica Econômica, Sachsida disse que a pandemia de 1918 (gripe espanhola), teve como consequência a redução no nÃvel de instrução e de qualidade de vida da população que era jovem à época, na comparação com a geração anterior. O Ipea foi instruÃdo a liderar uma agenda de longo prazo da pandemia, informou.
Autor/VeÃculo: Valor Econômico