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Etanol entra em segunda semana consecutiva de queda

Na comparação semanal, o valor do renovável teve retração de 1,61%; ainda assim, bicombustível não é considerado economicamente vantajoso


O etanol passa pela segunda semana consecutiva de queda em seu preço médio nacional. Entre os dias 28 de novembro e 4 de dezembro, o valor do produto passou de R$ 5,395 por litro para R$ 5,308/L, queda de 1,61%.


A gasolina, por sua vez, teve sua terceira semana consecutiva de retração, com queda de 0,09%. O valor do combustível fóssil saiu de R$ 6,748/L para R$ 6,742/L na média nacional.


Com isso, a relação entre o preço do biocombustível e o de seu concorrente fóssil no período foi de 78,7%, abaixo do resultado de uma semana antes, quando era de 79,9%. Isso ocorreu, pois a redução de preço da gasolina foi novamente inferior a do renovável.


Ainda assim, o renovável não é considerado comercialmente competitivo e segue distante do limite estabelecido de 70% do custo da gasolina, faixa em que é tido como vantajoso para os consumidores.


Os valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


No entanto, as comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o levantamento dos preços de combustíveis ainda não está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os dados de 348 municípios, doze a menos do que no período anterior.


Nas usinas paulistas, por sua vez, os preços do hidratado caíram 2,14%, de R$ 3,5351/L para R$ 3,4594/L. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Enquanto isso, nas produtoras goianas e mato-grossenses, a retração foi de 2,22% e 2,29%, respectivamente.


Últimos acontecimentos


De acordo com o professor do Ibmec-RJ e diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, José Ronaldo Souza Júnior, ouvido pela CNN Brasil, a relativa estabilidade no preço da gasolina pode ser explicada pela queda no valor do barril de petróleo e pelo câmbio, que mesmo desvalorizado, encontra-se mais constante.


Entretanto, o preço do barril de petróleo tipo brent caiu 2% na última quinta-feira, 2, chegando a US$ 67,44. Segundo declaração do presidente Bolsonaro (PL) feita no domingo, 5, a petroleira deve anunciar uma série de reduções no preço dos combustíveis a partir desta semana.


Também no início do mês foi entregue ao Congresso um dossiê contra a prática de paridade internacional de preços da Petrobras. O documento foi redigido pelo economista Eric Gil Dantas, do Observatório Social da Petrobras (OSP), e aponta que seria possível vender combustíveis a preços mais acessíveis no país.


Além disso, os valores também podem recuar caso a nova variante do coronavírus, ômicron, continue pressionando o preço do petróleo, como afirma o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues.


Apesar de dizer que ainda é cedo para afirmar os efeitos da nova variante, o consultor de açúcar e etanol da StoneX, Bruno Lima, corrobora com a ideia de que, se causar um impacto e este se mostrar duradouro, a nova cepa vai pressionar os preços do etanol.


Variações nos estados


Segundo a ANP, entre 28 de novembro e 4 de dezembro, o preço do etanol subiu na média de oito estados e no Distrito Federal, caiu em 17 e teve estabilidade no Amapá. A gasolina, por sua vez, aumentou em nove unidades da federação e se manteve estável no Tocantins.


Em São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o biocombustível teve uma redução de 1,67%, custando R$ 5,133/L na média – e seguindo com o menor valor entre os seis principais estados produtores. Já a gasolina foi vendida a R$ 6,400/L, queda de 0,31%.

Com isso, a relação entre os preços caiu, ficando em 80,2% ante os 81,3% do período anterior. Ainda assim, o índice segue longe da marca de 70%, limite da faixa em que o etanol é considerado economicamente favorável ao consumidor. A pesquisa foi feita em 107 cidades paulistas, duas a mais do que na semana anterior.


Já em Goiás, o etanol foi vendido a R$ 5,263/L na média da semana analisada. No período, houve uma retração de 4,13% no preço do biocombustível, enquanto a gasolina apresentou queda de 2,01%, sendo vendida a R$ 7,105/L.


Assim, a relação entre os preços dos combustíveis ficou em 74,1%, abaixo dos 75,7% de uma semana antes, e a menor dentre todas as unidades da federação. Segundo a ANP, 13 cidades goianas foram consideradas no levantamento, uma a menos do que no período anterior.


Por sua vez, Minas Gerais registrou redução de 1,36% no preço médio do etanol, que foi comercializado a R$ 5,438/L. A gasolina passou por uma breve queda de 0,48% e foi negociada a R$ 6,984/L, em média. Com isso, o renovável custou o equivalente a 77,9% do preço do combustível fóssil, índice inferior ao visto na semana anterior, de 78,6%. No total, 41 municípios mineiros participaram da pesquisa, dois a menos do que na semana anterior.


Em Mato Grosso, o preço médio do etanol teve um decréscimo de 4,35%, o maior dentre os seis maiores produtores, e foi vendido a R$ 5,190/L. Na semana, a gasolina caiu 1,37%, passando a custar R$ 6,695/L. Desta forma, a relação entre os preços ficou em 77,5%, abaixo dos 79,9% de uma semana antes. A ANP fez a pesquisa em seis municípios mato-grossenses, um a menos do que no período anterior.


Já em Mato Grosso do Sul, o valor do etanol caiu 0,22%, para R$ 5,459/L. A gasolina, por sua vez, teve uma queda de 0,08%, ficando em R$ 6,544/L. Assim, o biocombustível custou o equivalente a 83,4% do preço de seu concorrente fóssil. Somente Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas participaram do levantamento.


Por fim, o Paraná segue apresentando a mais alta relação dentre os seis principais estados produtores de etanol do país, com o biocombustível custando o equivalente a 83,8% do preço da gasolina. No período, o renovável teve uma retração de 0,81%, sendo vendido por R$ 5,419/L na média estadual. Já a gasolina teve um aumento de 0,12%, para R$ 6,464/L. No total, 23 cidades foram pesquisadas no estado, a mesma quantidade do que uma semana antes.


Os preços do etanol e da gasolina por região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos preços.


Comparação comprometida


Após mais de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as comparações entre as análises não são precisas, já que o número de municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era previsto pela ANP.


Entre 28 de novembro e 4 de dezembro, 348 cidades foram pesquisadas, doze a menos do que no período anterior. O levantamento inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de municípios de alguns estados.


Apesar da progressão no número de cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.


Com este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou diminuir semanalmente.


Fonte: Nova Cana

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